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Mudanças “sem dono” e a abordagem de cenários...

Independentemente do compromisso e das melhores intenções gerenciais, consequências não planejadas em processos de mudança são críticas para determinar o destino de uma organização, podendo resultar em sua sobrevivência ou sua falência, e mesmo, o destacado sucesso organizacional.

É necessário sempre considerar que o impacto da mudança organizacional, pode tanto exceder, como restringir o que se imaginava ou planejava-se inicialmente.


“Uma abordagem processual sem dono exige cultivar a sensibilidade para a periferia, de onde muitas vezes se originam cisnes negros que permeiam até mesmo os gerentes mais bem-intencionados. O pensamento baseado em cenários, ao contrário do pensamento de previsão, envolve a geração de resultados alternativos e plausíveis para as escolhas feitas.

Os cenários indicam a possibilidade sempre presente de alteridade e alertam os atores organizacionais para as possíveis consequências não intencionais de decisões tomadas para resolver questões imediatas.”

- MacKay & Chia, 2012


A prática de simular cenários consiste basicamente em partir de um planejamento base já existente e criar diversos modelos derivados deste, onde são alteradas variáveis-chave para o modelo de negócios da empresa. A partir disso, são avaliados os impactos no resultado econômico-financeiro.


A interação entre as ações realizadas e as circunstâncias ambientais mostra que, no longo prazo, decisões efetivas no curto prazo podem fazer a empresa sucumbir ao chamado "cisne negro" (Taleb, 2007), ou seja, acontecimentos inesperados que repercutem desproporcionalmente ao longo do tempo. Com o tempo, o impacto é desproporcional.


E neste mundo de mudanças fundamentais e temas transversais de meio-ambiente, saúde, ética, e pluralidades, não é tão rara a convivência com estes cisnes negros ou estas mudanças sem donos, a despeito de muito que se possa especular sobre medidas preventivas. 11 de Setembro, Brumadinho, Covid.19, são exemplos de que ‘mudanças sem dono’ requerem muito mais atenção e velocidade de tomada de decisão, do que planos mirabolantes simulando cenários catastróficos, aos quais não dominamos.


Neste sentido, é necessário que se entenda a existência das mudanças também como processos “sem dono”. Ou seja, a realidade é mudança, contínua e sempre presente na realidade, e acasos, coincidências e até mesmo a sorte influenciam os destinos organizacionais, fazendo com que não possam ser somente atribuídos às circunstâncias ambientais ou às ações dos líderes. Isso não quer dizer que os gestores não devam buscar o atingimento dos objetivos organizacionais, mas sim que suas ações e escolhas têm um impacto relativo no destino das organizações, e que precisaremos lidar cada dia mais com incertezas e com improvisações, que em geral classificamos como inovações se continuarmos a pensar na mudança como algo do domínio exclusivamente humano e organizacional.


Portanto, reconhecer a necessidade de desenvolver competências que visem cultivar um modelo mental de agilidade e atenção plena, focado em detalhes e que envolva adaptação criativa, rápida e contínua como um modus operandi, é a abordagem mais eficaz para lidar com as consequências não intencionais da ação em um mundo complexo, caótico e em constante mudança.




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