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Como será o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal após a pandemia?

Se já não era fácil conciliar os papéis de pai e mãe com a vida profissional, o que dizer agora quando nossas crianças também têm suas próprias teleconferências? Como conciliar tantas tarefas simultâneas e de tão elevada importância?

Não raro, nossa dedicação integral ao trabalho remoto, se depara com pedidos inusitados de ‘estou com fome’... ‘preciso ir ao banheiro’, dentre muitos outros bem mais desafiadores e muitas vezes inadiáveis.

“Não confunda ter uma carreira com ter uma vida”.

-Hillary Clinton

A crise do Covid-19 confinou o trabalho e a vida doméstica sob o mesmo teto para muitas famílias. A luta para gerenciar tudo isso agora é visível para colegas e chefes.

À medida que as pessoas se perguntam como a sociedade poderá ser mudada para sempre pela pandemia, mas devemos dos desprender o pensamento intencional de boa vontade e questionar se de verdade, uma cultura exaustiva de trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana, está mesmo funcionando bem para qualquer pessoa.

Durante décadas, estudiosos descreveram como as organizações foram construídas com base no modelo implícito de um trabalhador ideal, que seria simbolicamente representado por alguém que é totalmente dedicado ao seu trabalho e está disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano, durante todos os anos de sua carreira.

Esse sempre foi um arquétipo irreal. Ainda hoje, grande parte das famílias são chefiadas por pais e mães solteiros ou por casais onde ambos trabalham. Com escolas e creches fechadas, o trabalho não pôde continuar normalmente, simplesmente porque trabalhar remotamente é tecnologicamente possível, há outras variáveis envolvidas agora.

Há profissionais e profissões altamente remuneradas, ainda fruto de ganhos de curto prazo, em áreas como finanças, consultoria, direito, etc. - onde semanas de 80 ou 100 horas podem ser típicas, superando em muito a semana regular de 40 horas. Isto requer dedicação exclusiva, sem nenhuma outra ‘distração’.

Os arranjos de trabalho cada vez mais flexíveis e ambicionados por profissionais, em especial das novas gerações, trazem em seu bojo algumas penalidades indiretas, pois em alguns casos, aqueles que deixam a ‘força de trabalho’ convencional por um tempo ou mudam para meio período raramente ocupam sua posição conquistada ou mesmo a remuneração do setor.

Quando os indivíduos recuam - pedindo menos viagens ou solicitando horário parcial ou flexível - suas avaliações de desempenho sofrem e são menos propensas a serem promovidas, segundo dados de pesquisas. Simplesmente pedir flexibilidade no local de trabalho gera estigma profissional.

A expectativa de “trabalhadora ideal” é particularmente punitiva para as mães que trabalham, que também costumam dedicar mais horas ao trabalho em casa do que seus cônjuges. Além disso, é mais provável que os homens “se omitam de eventuais flexibilizações” e passem como trabalhadores ideais, enquanto as mulheres deixam claro que não podem atender a essas expectativas, inclusive negociando acordos de trabalho mais flexível.

Muitas organizações não são passíveis de ajustes, levando à percepção de que as mulheres estão optando por sair da força de trabalho - embora pesquisas sugiram que as mulheres são realmente "empurradas" para fora.

Em nosso mundo de laptops, telefones celulares e teleconferências, as tarefas intelectuais e analíticas dos "trabalhadores do conhecimento" podem continuar em casa. Porém, os trabalhadores com baixos salários estão cada vez mais sujeitos a expectativas semelhantes de capacidade de resposta, mesmo tendo menos segurança no emprego e menos flexibilidade do que os trabalhadores mais bem remunerados.

No meio dessa pandemia, os balconistas, motoristas de entrega e funcionários do armazém agora são obrigados a ser “trabalhadores ideais” também, arriscando-se à exposição ao vírus e com pouco ou nenhum apoio às famílias que deixam em casa para ir trabalhar.

Tem havido muitos pedidos de se repensar como o trabalho é feito, incluindo abrir mais espaço para nossas famílias e questionar o valor real da jornada de oito horas (ou mais). Isto nem é assunto novo!

As empresas estão reexaminando as formas tradicionais de trabalho em função da necessidade, mas não devem esquecer de toda a reestruturação necessárias para se alcançar o devido equilíbrio.

Executivos e gerentes têm a oportunidade de escolher um trabalho de qualidade sobre a quantidade de trabalho. Eles podem valorizar as ideias criativas que surgem após uma caminhada ao meio-dia ou uma sessão de meditação, em vez de dedicar tempo no escritório. Eles podem parar de recompensar a resposta mais rápida em relação à melhor resposta ou o dia de trabalho mais longo em um dia de trabalho mais produtivo.

Durante essa pandemia, os empregadores estão vendo que os trabalhadores não podem funcionar bem sem acomodação para suas responsabilidades familiares. Essa lição vai durar depois que a crise acabar? As famílias querem mais opções para determinar como seu trabalho e suas famílias se encaixam.

Após a pandemia, podemos criar um sistema que se adapte aos trabalhadores reais, não apenas aos idealizados? Nesse caso, temos a oportunidade de sair dessa crise com funcionários mais saudáveis ​​e organizações com melhor desempenho.

Dados extraídos da Harvard Business Review.

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