Profissionais orgulhosos das suas realizações são a chave para organizações de sucesso
A crise sanitária que assola o mundo vem revelando o que a humanidade tem de melhor. Do enorme contingente de médicos, paramédicos e enfermeiros, até distribuidores de material médico-hospitalar, alimentos e outros insumos importantes para a continuação da vida, o combate ao covid-19 não seria possível sem a dedicação extraordinária desses homens e mulheres, que sustentam hoje o enfrentamento à pandemia.
“O segredo do sucesso é a constância do propósito”
- Benjamin Disraeli
Em situações limites, só conseguimos explicar tamanha dedicação de pessoas que, em última instância, se colocam na linha de frente de algo tão perigoso, se entendemos que elas vivenciam o gigantesco orgulho daquilo que fazem. O senso de propósito que extrapola suas meras responsabilidades diárias e que, em última instância, fazem toda a diferença.
Mas para entender o sentido dessa reflexão – um tanto óbvia – não precisamos usar o exemplo drástico da Pandemia.
No final dos 70, John Mackey e Renee Lawson fundaram na Califórnia o Whole Foods, um mercado voltado para a oferta de alimentos orgânicos e saudáveis. Ainda influenciados pelos ventos humanistas da transição dos anos 60 para os 70, que traziam os valores da diversidade, do pacifismo, ambientalismo e da alimentação saudável, os fundadores do Whole Foods tinham como meta oferecer às pessoas, ao menos da região próxima onde eles inicialmente operavam, um repertório de alimentos orgânicos e que, ainda por cima privilegiavam o pequeno produtor rural e não as grandes corporações do setor.
Esse propósito seria desafiado poucos meses depois da fundação do mercado. Uma tempestade intensa fez um rio local transbordar. Avisados pelas pessoas próximas ao estoque do mercado, os fundadores correram para o local na tentativa de salvar uma ou outra caixa da inundação certa. Mas, ao se aproximarem do estoque, Mackey e Lawson perceberam que todos os funcionários da empresa – não mais do que 20 – já estavam lá, lutando contra as águas e salvando equipamentos e alimentos estocados.
Essa história faz parte, até hoje, da mística da empresa, uma rede que fatura U$20 bilhões anualmente e conta com 600 lojas espalhadas pelos EUA e Canadá. O ambiente corporativo da Whole Foods, ainda que pequeno e familiar, no final dos anos 70, inspirava seus colaboradores. Mais: dava aos seus profissionais a oportunidade de demonstrar essa ligação. Isso, combinado, construiu uma cultura de superação e profundo orgulho, que uniu as histórias dos funcionaram à da própria empresa.
Portanto, empresas – e seus respectivos gestores – que não se preocupam com essa conexão entre o propósito da empresa e os seus profissionais, sempre estarão à mercê de uma contingência que pode colocar o negócio em xeque. A empresa que propicia as oportunidades para galvanizar a sensação de pertencimento e orgulho dos seus colaboradores é aquela que, em momentos capitais, conta com a energia e o senso de realização ímpares das pessoas, verdadeiramente motivadas e apaixonadas pelo que fazem.
Dados extraídos da Harvard Business Review.