Por que os gestores ignoram as boas ideias dos empregados?
Muito se fala, em especial nos últimos tempos, sobre a necessidades das empresas se tornarem organizações “inteligentes”, ou seja, dotadas de uma cultura interna que estimula o desenvolvimento constante dos seus colaboradores e, por extensão, dos seus processos e modelos de negócio. Mas o que pode afastá-las disso?
“A lógica pode levar de um ponto A a um ponto B. A imaginação pode levar a qualquer lugar”
– Albert Einstein.
As sucessivas mudanças tecnológicas, que agilizam a tomada de decisão, ao mesmo tempo que aproximam o cliente – ou especificamente sua satisfação com a proposta de valor da empresa – colocam em cheque modelos mentais de várias organizações e executivos.
No entanto, e a despeito desse cenário cada vez mais desafiador, continua existindo, quase que como consenso, uma generalizada opinião entre colaboradores de diferentes empresas e segmentos - nacionais e internacionais - que apontam para um certo conservadorismo organizacional, que não implementa as ideias surgidas entre os colaboradores, insistindo nas iniciativas surgidas no board e aplicadas “de cima para baixo” para toda a organização.
Existe nesse fenômeno uma reunião de fatores mais ou menos sabidos – e discutidos – pela comunidade acadêmica e executiva: conservadorismo das culturas organizacionais – particularmente em momentos de crise, executivos que não são devidamente “empoderados” pelo Board para conduzir iniciativas assim e modelos de governança mais complexos e “colegiados”, o que acaba por emperrar a agilidade organizacional e sua capacidade de promover a mudança.
Segundo os pesquisadores de importantes universidades americanas Elad N. Sherf, Subra Tangirala e Vijaya Venkataramani, empresas que valorizam e “empoderam” seus executivos aumentam em até 15% o impulsionamento de novas ideias vindas das diversas áreas da organização.
Os pesquisadores, no mesmo estudo, recomendam uma mudança no mindset das empresas, cada vez mais orientados para os resultados de curto prazo. E, nessas circunstâncias, as empresas se tornam avessas a qualquer mudança.
Não por outro motivo, a execução estratégica tornou-se a competência mais crítica das empresas. Saber conciliar as tensões oriundas das várias partes interessadas na organização, preservando sua proposta de valor e construindo uma cultura organizacional orientada para o desafio permanente do seu modelo de negócio .
Outro fenômeno que merece observação, e que conecta a vida organizacional com a nossa contemporaneidade, é a demanda cada vez maior das pessoas – em especial das novas gerações – com o protagonismo e a sensação de pertencimento. Os funcionários querem promover e contribuir com o propósito da organização.
Portanto, e isso se apresenta como um grande desafio, a necessidade de empoderar sua gestão, que dá vazão à necessidade de pertencimento de seus colaboradores, definirá o futuro – e a própria existência - de muitas empresas no futuro próprio.
Dados extraídos da Harvard Business Review.