Mentores: concentrem-se na pessoa inteira, não apenas na carreira
Segundo um estudo recente, o desequilíbrio entre oferta e demanda na mentoria é grave: enquanto mais de 75% dos profissionais desejam ter um mentor, apenas 37% o têm. Além disso, a maioria das pessoas que atualmente atuam como mentores não está tendo um impacto tão grande quanto poderia, porque estão muito focados no progresso da carreira.
“O desejo é a chave para a motivação. Mas são a determinação e o comprometimento com uma perseguição implacável de seu objetivo — um comprometimento com a excelência — que vão permitir que você alcance o sucesso que procura.”
— Mario Andretti
Há poucas análises ou conselhos sobre como orientar as pessoas estendendo-se além da carreira para incluir discussões sobre comportamento, valores, relacionamentos, família, finanças e até vida espiritual.
Essa abordagem mais holística é altamente mais eficaz em ajudar as pessoas a atingir seu verdadeiro potencial. De fato, essa é uma das belezas da mentoria e o que a diferencia do coaching para o desenvolvimento de habilidades e desempenho.
A mentoria integral exige mais esforço, mais tempo e mais reflexão. Para fazê-la bem, aqui estão algumas sugestões:
Compartilhe suas histórias. Quando se encontrar uma pessoa mais jovem pela primeira vez, diga: “Conte-me sua história. Comece do início e não se apresse. Posso fazer algumas perguntas e tudo o que você disser será confidencial entre nós. Então, quando tiver terminado, contarei minha história, se você quiser”. Este exercício simples pode transformar a trajetória de uma mentoria, porque mostra que você está realmente interessado em entender seu mentorado e sua jornada, e não apenas no aconselhamento profissional. Dá a você conhecimento do passado da pessoa, o que permite que você faça mais investigações ao longo do tempo. Quando contar sobre sua história, descreva também capítulos difíceis de sua carreira e da vida pessoal, pois isso indica que todos os aspectos estão sobre a mesa.
Faça boas perguntas. Os mentores eficazes desenvolvem um arcabouço de perguntas sobre quaisquer assuntos. Exemplos:
O que te mantém acordado à noite?
Você pode se ver estimulado e realizado em sua atual carreira nos próximos cinco anos?
Quem tem sido mais influente em sua vida?
O que você faz para "desligar" para que a ocupação e a sobrecarga de tecnologia em sua vida não resultem em desgaste?
O que você teria feito diferente em sua vida se tivesse a chance?
Como foi seu relacionamento com seus pais?
Você foi criado em uma fé ou tradição religiosa específica?
Comece com o final em mente. Talvez a pergunta mais importante que você possa fazer a um mentorado seja: como você define pessoalmente o sucesso a longo prazo? Se você não fizer isso no início de suas conversas sobre orientação, é como velejar em um navio sem o destino final em mente e descobrirá que é possível dar a um mentorado um bom conselho de carreira que é um péssimo conselho para a vida. Um benefício adicional de passar a maior parte do tempo fazendo perguntas é que isso impede que você fale demais e forneça muitas soluções.
Ensine-os a pescar. Ao invés de simplesmente apontar soluções, faça uma série de perguntas que me permitiram ao mentorado identificar o problema real e criar um curso de ação por conta própria.
Desempacote o "kit de ferramentas" de seu mentorado. Uma área valiosa a ser explorada são os dons, aptidões, características de personalidade e paixões inatas do mentorado. A maioria das pessoas mais jovens tem uma autoconsciência limitada sobre como elas são “conectadas” de maneira única.
De todas as maneiras pelas quais você pode gastar seu tempo, a mentoria tem um dos maiores retornos sobre o investimento. Ele permite que você pegue tudo o que aprendeu e "pague adiante", moldando a próxima geração de líderes. Ao orientar toda a pessoa e não limitar suas conversas a questões de carreira, você terá um impacto ainda maior e será sentido pelos seus mentorados - e por todos que eles influenciarem - nos próximos anos.
