Líderes: Dignidade deve ser tão importante quanto inteligência
Os líderes nas organizações tomam decisões constantemente: desde as pequenas coisas e corriqueiras às resoluções de grandes problemas.
Todas têm em comum o fato de afetarem a si próprios, funcionários, acionistas, clientes e até mesmo a sociedade. Mas não basta combinar o intelecto (QI) e a inteligência emocional (QE), se não agirem com dignidade, na busca de decisões adequadas e éticas.
"A violação da dignidade é mais comum quando o relacionamento entre os atores é de assimetria; isto é, quando um ator tem mais poder, autoridade, conhecimento, riqueza ou força que o outro. […] Por outro lado, a promoção da dignidade se torna mais provável quando um ator em um encontro está em uma posição de confiança - tem um senso de autoconfiança e esperança e se sente merecedor de coisas boas - e o outro em uma posição de compaixão - é gentil, aberto bem-humorado, honesto e com boas intenções.”
- Nora Jacobson
A competência nos negócios é essencial e o intelecto é provavelmente a característica mais comumente associada à liderança de negócios bem-sucedida. Não somente aquela que se mede por testes de QI, mas a ampla ideia de competência nos negócios e uma compreensão do que é necessário para ter sucesso hoje.
Igualmente, a consciência das emoções, tanto dos outros quanto da sua, significa que um gestor pode entender como alguém está se sentindo e também pode compreender uma plateia e agir com base nessas informações. No entanto, isso não significa que as ações de uma pessoa levem em consideração o que é melhor para os outros. Consciência emocional e empatia não equivalem a compaixão e integridade.
As pessoas podem possuir essa consciência, mas usá-la para manipular as pessoas por interesse próprio.
Por isso é tão importante a dignidade. Trabalhar com dignidade é uma parte fundamental da realização de uma vida bem vivida, mas o local de trabalho muitas vezes representa obstáculos desafiadores. Defender a dignidade e a obtenção da autoestima por meio do trabalho são fundamentais para o bem-estar dos colaboradores. Garantir a dignidade das pessoas é igualmente importante para as organizações que tentam fazer uso efetivo do seu capital humano.
Dignidade vai além de apenas empatia pelos funcionários e colegas, mas também o desejo genuíno de cuidar deles. Significa querer algo positivo para todos na organização e garantir que todos se sintam respeitados e valorizados.
Estamos em uma era em que a possibilidade de desconfiança pode ser aumentada exponencialmente. Tecnologia, inovação, inteligência artificial e automação estão mudando a própria natureza do trabalho. Em vez de deixar que isso destrua os ambientes corporativos, a dignidade pode ser usada para encontrar maneiras de seguir em frente sem deixar ninguém para trás. Até mesmo momentos difíceis, como o desligamento, podem ser menos traumáticos se não houver violação da dignidade. Por ser o princípio direcionador, seus funcionários se sentirão apoiados e cuidados mesmo durante uma redução drástica da força de trabalho.
Ao passo em que os líderes motivados pela dignidade inovam, eles não consideram somente o que está sendo criado; eles consideram também o que está sendo destruído. A inovação envolve não apenas novas soluções, mas também ajudar os que estão sendo deslocados. Líderes com dignidade entendem que suas decisões não devem simplesmente ser rentáveis; suas decisões afetam centenas, milhares ou até milhões de pessoas.
Se as organizações podem se tornar mais permeadas pela dignidade, ela pode começar a reconstruir a confiança que as empresas perderam com funcionários e clientes. Pode vir a ser o modelo de como pessoas muito diferentes se reúnem para trabalhar com um objetivo comum. Isso pode ajudar a resolver os grandes desafios do mundo, unindo os sujeitos para encontrar soluções. Mas, para que isso aconteça, a dignidade deve ser reconhecida como uma qualidade essencial da liderança.